GUERRAS CULTURAIS

No mesmo lugar em que publicou o texto sobre a eutanásia que transcrevemos anteriormente, o esplêndido Murray N. Rothbard dissertou sobre a guerra em curso pela mente humana e pelo controlo cultural do Ocidente e na qual, como se sabe, a esquerda está a vencer por dez a zero. Publicamos em baixo um extracto dessa passagem, em que omitimos apenas o que nos pareceu secundário para o argumento, sobretudo por mencionar eventos ou protagonistas que pouco dirão hoje a habitantes desta língua e deste lado do Atlântico. Mantivemos Pat Buchanan, praticamente um fóssil político, os incríveis Clintons – a inefável Hillary e o marido, a que Rothbard chama apropriadamente Slick Willie (O Willie Escorregadio) – e Woody Allen, este protótipo do Judeu Útil, uma personagem sem a qual o século XX e o seu filho XXI dificilmente serão compreensíveis. Falta a eminência parda do amor universal e igualitário, George Soros, mas não se pode ter tudo. E Rothbard morreu em 1995, que diabo.

(Publicado in Rothbard, Murray N. (2000) – The Irrepressible Rothbard, The Center for Libertarian Studies, Inc. Burlingame, California, pp. 289-298.)

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KULTURKAMPF
October 1992

Murray N. Rothbard

Yes, yes, you rotten hypocritical liberals, it’s a culture war! And high time, too! It is, of course, typical of our liberal “intellectual” and media elite: after having ridden through and captured our culture, after twenty-odd years (at least!) of their cultural conquest of America proceeding almost unopposed, after completing their successful Gramscian (note: much revered Italian Stalinist of the 1920s) “long march through our institutions,” liberals were just about ready to sit down and treat us as their conquered province. When suddenly, some of us beleaguered provincials began to fight back—rallied, of course, by Pat Buchanan’s speech at the Republican National Convention.

(…) Gee, since when has politics ever “divided” us? I thought, and until the twentieth century it was gloriously true, that the whole point of politics is to “divide” people, to separate people by principle and ideology and to have them slug it out, each trying to gain a majority support of the population. Isn’t that the point of democratic politics, of a more-than-one party system?

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Não com um estrondo, mas com um traque

Águeda BañónAo contrário da cultura ocidental, que é uma excepção absoluta, as demais culturas humanas são diferenciadoras, ou, como se diz agora com uma palavra que adquiriu um significado depreciativo, discriminadoras. Veja-se o Islão. Como qualquer cultura tradicional, o Islão estabelece uma distinção fundamental entre o sobrenatural e o terrenal, entre Deus e a sua criação. Esta é a dicotomia primeira, um princípio ontológico no qual se inscreve tudo o que vem a existir: há Deus e há o Resto. E as demais distinções reproduzem, por assim dizer, esse princípio ontológico originário, um princípio sem o qual tudo é afectado de não-ser. Porque o que não se distingue do demais, por não ter nada a que se contrapor, não existe pura e simplesmente.

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Joana César Monteiro Vasconcelos

Pessoa amiga pediu-me para ler a entrada de um blogue, ‘The Ressabiator’, da autoria de um senhor chamado Mário Moura, sobre a presença portuguesa na bienal de Veneza, desta vez a cargo da artista plástica Joana Vasconcelos. Está aqui: http://ressabiator.wordpress.com/2012/07/01/a-arte-que-merecemos/

Não conhecia o blogue, ou o bloguista, pessoa que, mesmo depois de ler o post, continuo essencialmente a desconhecer. E lamento informar que da artista plástica também nada sabia até há dois meses atrás: foi por essa altura que vim a inteirar-me de uma exposição em Paris de umas peças muito grandes a que tivera ido o Paulo Portas e que fora subsidiada pelo dinheiro dos nossos impostos. Há dias, a minha mulher falou-me de uma outra coisa feita com tampões higiénicos que estaria disponível no Palácio da Ajuda. [Não sei porquê, considerei que tampões e Palácio da Ajuda, juntos, faziam algum sentido…]

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